Saturday, July 08, 2006

BERLINDA: BELEZA INDIE COM PEGADA ROCK
Mais ou menos dos últimos dois anos para cá, músicos, jornalistas e fãs que acompanham a cena rock baiana estão em estado de graça: ninguém se lembra qual foi a última vez em que tantas bandas boas, de vários estilos diferentes, surgiram de uma vez só. Esse processo de renovação no rock baiano, claramente atrelado ao novo fôlego e visibilidade que o fenômeno Pitty deu ao movimento, encontra eco tanto nas bandas formadas por jovens recém saídos da adolescência (Canto dos Malditos na Terra do Nunca, Mirabolix, Plane of Mine), quanto nas veteranas em ótima forma (Cascadura, Retrofoguetes), quanto nas bandas novas formadas por trintões, ex-integrantes de bandas importantes nos anos 1990 e 80 (Sangria, Ronei Jorge & Os Ladrões de Bicicleta, Théatro de Séraphin, ZecaCuryDamm).
Toda essa enrolação, na verdade, é para dizer que você pode acrescentar aí na lista dessa última categoria mais uma ótima banda: Berlinda. Indicada aos fãs de bandas como Big Star, Stone Roses, The Smiths, Mudhoney, Velvet Underground, Galaxie 500, Teenage Fanclub, e, aqui na Bahia, brincando de deus - todas elas, fortes influências no som da banda -, a Berlinda não se diz estritamente indie rock (estilo que, infelizmente, muitos ainda vêem como palavrão), mas periga seriamente arrebanhar todos os órfãos que o extinto (ou congelado) baluarte indie baiano deixou, desde que interrompeu suas atividades no ano passado.
Firmemente calcado nos econômicos e melodiosos riffs emitidos pela guitarra de Adriano Batata Gomes, (ex-Arsene Lupin, banda importante para o estilo na Bahia na década passada), o som da Berlinda não tem muito mistério, não: canções simples, carregadas de uma beleza agridoce, conduzem gentilmente o ouvinte para outro lugar, algum local de clima mais ameno, longe do calor inclemente que ora tosta o juízo dos soteropolitanos. A voz cristalina da revelação André Blhoem, um fio de rara delicadeza, costura, entre paredes de guitarras, belas tramas em tons sépia, de uma beleza arrebatadora. Adicione à receita a pegada forte e precisa, da cozinha formada por Cebola (ex-Tequillers) no baixo e Alex Souza na bateria, e sua nova banda indie preferida está formada.
Não dá para dar outro prognóstico, não depois de ouvir um clássico instantâneo como “Até o fim”: bateria tribal, riff serra elétrica, baixo dotado de algum groove (mas não muito!), melodia vocal inserida entre palhetadas urgentes. E ainda tem um breque ali pelo meio, pra todo mundo pular na volta. Uma curtição, na melhor tradição indie.
“Até o fim”, com sua letra oscilando entre o romântico e o irônico, é bem representativa da produção da Berlinda, e apenas um exemplo do que a banda ainda tem por apresentar. Com sua primeira demo prometida para junho deste ano, daqui até lá o jeito é se contentar com os shows, e devem rolar alguns nesse período, de forma que, se eu fosse de dar conselhos, este seria o seguinte: não perca por nada, ou o próximo a cair desatualizado, na Berlinda, pode ser você mesmo…
Disponivel na Trama Virtual.
Links:
www.fotolog.com/bandaberlinda
www.bandaberlinda.blogspot.com

A BERLINDA É:
ANDRÉ BLHOEM: VOCAIS, GUITARRA

















foto: Thiago Fernandes

ADRIANO BATATA GOMES: GUITARRA, VOCAIS.

















Foto: Thiago Fernandes


SÉRGIO CEBOLA MARTINEZ: BAIXO, VOCAIS.

















Foto: Thiago Fernandes


ALEX SOUZA: BATERIA.











Foto: Thiago Fernandes

Salvador, BA, 06.03.06
Chico Castro Jr (DRT – BA: 2173).
http://rockloco.blogspot.com/

3 Comments:

At 5:01 PM, Blogger cebola said...

This comment has been removed by a blog administrator.

 
At 7:32 PM, Blogger cebola said...

faltou esse: www.tramavirtual.com.br/berlinda
Lá tem a demo Redenção gravada ao vivo em estúdio.

 
At 11:35 AM, Blogger mov. nac. de busca e apoi a pessoas desaparecidas said...

uhú, agora sim!!

 

Post a Comment

<< Home